Curso de inglês e treino no 'campinho': nova rotina de Maycon em casa
Em conversa com a Folha de Pernambuco, o goleiro do Santa Cruz contou como tem sido o dia a dia em meio ao período de isolamento social devido ao avanço da Covid-19
Apesar de não haver motivos para comemorações em meio às causas que levaram entidades nacionais e internacionais a suspenderem os campeonatos antes vigentes, um ponto positivo há de ser destacado por alguns jogadores no período de “quarentena”: o maior tempo ao lado da família. Tem sido assim para o goleiro do Santa Cruz, Maycon Cleiton, após cerca de três anos sem saber o que era ao menos um recesso ao lado dos entes queridos, em Cuiabá. O garoto de 21 anos relatou à Folha de Pernambuco o dia a dia de treinos em sua cidade natal, exaltando, ainda, o tempo que sobra para aprender inglês em meio à pandemia.
“Antes eu conseguia conciliar meu trabalho com as outras coisas, eu faço cursos online, de inglês, e agora com essa quarentena é que tenho tempo até demais. A gente faz as coisas dentro de casa, mas parece que o tempo não passa”, brincou.
A parte positiva, por outro lado, é poder ficar mais tempo perto da família depois de anos tendo que encontrar uma brecha em meio à rotina de treinos e jogos. “A única parte positiva é isso. Consegui vir para casa com minha esposa e meu filho. Tem meu pai, minha mãe e minha irmã aqui e estamos conseguindo aproveitar bem, depois de um bom tempo. Já fazia pelo menos três anos que não sabia o que era passar pelo menos dez dias em casa com a família”, contou.
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Na primeira entrevista coletiva concedida à imprensa com a camisa tricolor, no dia 23 de janeiro, dois dias antes da estreia da Cobra Coral na Copa do Nordeste, diante do Bahia, no Arruda, Maycon citara o sentimento de gratidão e respeito que tem sobre Vanderlei, ou para os mais íntimos, Vandeco, seu preparador físico em Cuiabá, que desde cedo o ajudou a encarar testes em clubes como Atlético-Go, time formador de Maycon. E é justamente com o companheiro de treino de longas datas que o guardião da trave coral tem trabalhado para minimizar os prejuízos físicos em decorrência do isolamento social.
“Eu venho fazendo um trabalho de treinamento mais específico. Tenho um treinador aqui (em Cuiabá), e nós dois fazemos o treinamento isolado, em um campo. Vandeco e Renato, que é o preparador de goleiros do Santa, têm muito contato. Renato fala bastante com ele para passar o que ele tem que fazer comigo. É um cara que tenho muita gratidão. Sempre que venho para cá, Vandeco chega e me dá os treinos para eu manter a forma”, ressaltou.
“Assim que eu chego em casa, consigo fazer um trabalho de fortalecimento, mas não dá para fazer muito além disso, por isso eu vou no campo aqui perto de casa para fazer o trabalho com bola e não deixar o condicionamento cair tanto. Mesmo assim, sabemos que não é como realizar os treinos no clube. O rendimento que eu teria no clube não tem como ter 100% aqui, mas a gente faz como pode. Ninguém sabe se vai voltar amanhã, em 15 dias, um mês. É como se fosse esperar uma oportunidade dentro de campo: tem que trabalhar, trabalhar para voltarmos o melhor possível”.